A superação da pobreza extrema é uma condição obrigatória
para que um projeto de desenvolvimento sustentável seja bem sucedido
no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Uma sociedade que pretende
equilibrar os aspectos econômicos, sociais e ambientais não pode admitir que os
altos índices de desigualdade social verificados historicamente no País
prevaleçam no futuro.
Com essa perspectiva em mente,
o governo brasileiro pretende levar à Rio+20 a ideia de que o modelo
de desenvolvimento sustentável deve ter como prioridade a superação da
miséria. “A erradicação da pobreza não é suficiente, mas condiciona a
capacidade global de construir um mundo mais justo e equitativo e constitui o
parâmetro segundo o qual deverão ser avaliados e abordados todos os temas e
propostas considerados na Rio+20”, diz o Documento de Contribuição Brasileira à Conferência a
Rio+20.
Nos últimos vinte anos, o Brasil avançou muito
no combate à pobreza, a ponto de virar referência mundial no assunto.
Entre 2003 e 2009, 28 milhões de pessoas saíram da situação de miséria, e entre
2003 e 2011, a classe média incorporou cerca de 40 milhões de brasileiros.
A consolidação do sistema de proteção social – que inclui o Programa Bolsa
Família, aliado a políticas como a de valorização do salário mínimo
– tem contribuído fortemente para estes avanços. “A miséria vem decaindo,
a uma taxa razoável, desde meados dos anos 1990”, afirma o sociólogo Marcelo
Medeiros, professor da Universidade de Brasília. “O desenvolvimento econômico
do País aliado às políticas sociais provocaram uma forte redução nos índices de
pobreza. Já não se fala mais de epidemia de fome no Brasil, por exemplo.”
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